Quando Tudo Pede Silêncio e Energia
Existem fases da vida em que o corpo grita por descanso, mas a mente não consegue desligar. Foi nesse entrelaçar de exaustão física e confusão emocional que comecei a sentir o chamado por algo diferente — algo que não usasse palavras, mas que, ainda assim, pudesse me alcançar de verdade. O toque já fazia parte da minha rotina por meio da massagem terapêutica, mas era como se, naquele momento, fosse necessário tocar mais fundo, atravessar o invisível. Foi assim que o Reiki entrou silenciosamente na minha vida.
Antes da primeira sessão, confesso que minhas ideias sobre Reiki eram vagas — imaginava apenas uma prática suave, quase mística, que envolvia imposição de mãos. Não sabia ao certo o que esperar. Havia uma mistura de curiosidade e ceticismo, mas também uma abertura sutil para sentir, e não apenas entender. Intuitivamente, eu sabia que havia algo de valioso naquilo que não se podia ver.
Essa introdução não é apenas sobre mim. É um convite para você, leitora ou leitor, que talvez esteja buscando um caminho menos racional e mais intuitivo para lidar com a ansiedade, o cansaço emocional ou a sensação de desconexão com o próprio corpo. O Reiki, para mim, não foi uma técnica, mas uma experiência — uma vivência energética que ensinou mais sobre escuta, presença e reconexão do que muitos diálogos longos.
Neste artigo, compartilho os momentos que marcaram minha jornada com o Reiki, não com a pretensão de ensinar, mas com a intenção de inspirar. Que você se permita mergulhar nesta leitura com o coração aberto, como quem se entrega a um toque invisível que, mesmo sem palavras, é capaz de transformar.
O Chamado Sutil: Como o Reiki Me Encontrou
Nem sempre buscamos a cura de forma consciente — às vezes, ela nos encontra. Com o Reiki, foi assim. Não surgiu de uma decisão racional, mas de um acúmulo de silêncios, de noites mal dormidas, de um cansaço que não passava com descanso. Foi um chamado sutil, quase imperceptível, mas insistente.
Lembro-me de escutar alguém falar sobre Reiki em uma roda de conversa — não como quem vende uma solução, mas como quem compartilha uma vivência transformadora. Aquelas palavras ficaram reverberando por dias. Depois disso, os sinais começaram a surgir: uma postagem nas redes sociais, um livro deixado sobre a mesa de um café, um folder esquecido no consultório que eu frequentava. Era como se o Reiki estivesse me procurando.
Não foi uma urgência, mas um impulso calmo. Marcar aquela primeira sessão foi como dizer “sim” para uma parte de mim que eu ainda não conhecia bem, mas que já me habitava. Eu não buscava alívio imediato, tampouco explicações técnicas. Procurava algo que me tocasse além da pele, que atravessasse as camadas de tensões crônicas, dos pensamentos repetitivos e me conectasse com algo mais essencial.
Ao começar a me aproximar do Reiki, fui apresentada ao conceito de energia vital — esse fluxo invisível que sustenta o nosso bem-estar físico, emocional e espiritual. No início, parecia abstrato, mas com o tempo percebi que essa energia está em tudo: no jeito como respiramos, na qualidade do toque, na intenção com que falamos, no silêncio com que escutamos. Está na natureza, na arte, nos encontros verdadeiros.
Aos poucos, passei a perceber como essa energia se manifestava no meu corpo. Quando eu me alimentava com atenção, respirava com profundidade ou caminhava descalça na grama, sentia uma leve vibração interna, um alinhamento sutil. Era isso — a energia vital não precisava ser compreendida, apenas sentida. E foi esse reconhecimento que abriu caminho para que o Reiki se tornasse não apenas uma técnica terapêutica, mas um caminho de reencontro com minha essência.
Primeira Sessão: Quando o Corpo Fica Quieto e a Energia Fala
A primeira sessão de Reiki foi, para mim, um encontro com o silêncio — mas não o tipo de silêncio que pesa. Era um silêncio leve, vivo, quase pulsante, como se o mundo lá fora estivesse em pausa e, dentro de mim, algo muito antigo começasse a despertar.
Assim que cheguei ao espaço terapêutico, fui acolhida com serenidade. Luzes baixas, aroma sutil de lavanda, uma música instrumental ao fundo — tudo contribuía para uma sensação de acolhimento sem palavras. A terapeuta, com presença tranquila, me guiou com gentileza. Nenhum toque era necessário naquele momento. Bastava a escuta, o respeito e a intenção. O Reiki é assim: o corpo pode estar imóvel, mas a energia se move.
Deitei na maca, coberta com um lençol leve. Antes que qualquer imposição de mãos acontecesse, senti meu corpo começar a desacelerar. Como se, finalmente, tivesse recebido permissão para parar.
A terapeuta iniciou o processo com as mãos próximas à cabeça, sem contato físico direto. Foi ali que as primeiras sensações surgiram: um calor suave que se espalhava pela testa, depois um leve formigamento nos braços. Em alguns momentos, meu corpo teve pequenos espasmos involuntários, como se estivesse liberando algo antigo que já não precisava mais segurar.
Mais surpreendente do que as sensações físicas, no entanto, foram os movimentos internos. Imagens passaram diante dos meus olhos fechados — lembranças soltas, cenas da infância, rostos que há muito eu não pensava. Não havia narrativa, apenas presença. Um sentimento de segurança envolvia tudo, como se meu corpo dissesse: “agora é seguro sentir”.
Em determinado momento, senti uma leveza nos ombros, como se uma carga invisível tivesse se dissolvido. Não era um alívio eufórico, mas uma paz profunda. Meu sistema nervoso parecia finalmente sair do estado de alerta. A respiração, antes curta e ansiosa, agora fluía sem esforço.
Não trocamos muitas palavras após a sessão. A terapeuta compreendia que o silêncio era parte da integração. Apenas me ofereceu um copo d’água e sugeriu que eu observasse como me sentiria nas próximas horas. E foi exatamente isso que fiz.
Saí do consultório com o corpo leve e o coração sereno. Não havia uma explicação lógica para o que havia acontecido. Mas, pela primeira vez em muito tempo, eu não sentia necessidade de entender. Apenas sentir já era o suficiente.
O Reiki Como Prática de Presença
O Reiki me ensinou algo que nenhuma técnica de produtividade, meditação acelerada ou leitura de autoajuda havia conseguido até então: estar presente sem me esforçar para isso. Diferente de práticas que exigem concentração, foco ou disciplina, o Reiki convida ao oposto — à entrega consciente, à confiança no fluxo que simplesmente é.
Durante as sessões, não há a exigência de “fazer” nada. E é justamente por isso que tudo acontece. A terapeuta canaliza a energia universal com leveza, enquanto meu corpo se permite ser atravessado por essa força sutil, mas profundamente inteligente. A energia sabe onde ir, o que tocar, o que desbloquear — mesmo sem que eu entenda racionalmente.
Desacelerar é se lembrar de existir
Na correria do cotidiano, a mente se acostuma a viver no futuro. Pensamentos sobre o que precisa ser feito, o que ainda falta, o que pode dar errado. No Reiki, a mente ainda tenta escapar nos primeiros minutos, mas logo o corpo assume as rédeas. O fluxo da energia acalma o sistema nervoso, e a respiração se torna mais suave. Não há tarefas, não há cobranças. Só existe o agora — e isso é um alívio.
Com o tempo, percebi que essa prática de presença começou a transbordar para fora da maca. Coisas simples ganharam um novo valor: sentir a água do banho sobre a pele, saborear o café com mais atenção, caminhar com os pés descalços e perceber o chão. O Reiki me ensinou a habitar o instante com o corpo inteiro, e não apenas com a mente.
Presença passiva x presença consciente
Existe uma diferença sutil — mas poderosa — entre estar presente e estar consciente da presença. Muitas vezes passamos por momentos de “descanso” com o corpo presente, mas a mente distante. O Reiki ensina um tipo de presença mais integrada, onde a consciência se espalha por cada célula. O toque energético desperta regiões adormecidas e nos faz sentir inteiros novamente.
Essa presença consciente não é rígida. Ela não exige postura perfeita nem mente vazia. É uma escuta gentil do que está vivo naquele momento: pode ser um cansaço profundo, uma emoção surgindo ou apenas um silêncio reconfortante.
O corpo: canal, testemunha e santuário
Ao longo das sessões, compreendi que o corpo não é só recipiente da vida — ele é o próprio altar da existência. Cada sensação durante o Reiki se tornou uma forma de comunicação entre o físico, o emocional e o sutil. Às vezes, uma região do corpo parecia pulsar, outra se aquecer, outra vibrar. Nada era ao acaso.
O corpo não apenas sente a energia — ele testemunha, responde e se cura através dela. É canal de passagem, sim, mas também guardião daquilo que precisa ser olhado. Quando a energia flui livremente, memórias são reorganizadas, tensões se dissolvem e emoções se integram.
O Reiki me mostrou que a verdadeira cura não vem do esforço, mas da presença compassiva com o que é. Aprender a estar no agora, com suavidade e curiosidade, talvez seja o maior presente que essa prática me deu.
Energia em Movimento: Os Dias Após Cada Sessão
Os efeitos do Reiki não terminam quando a sessão acaba. Na verdade, é depois que começa o verdadeiro trabalho silencioso da energia. O que parece apenas um momento de relaxamento profundo na maca se desdobra em camadas, dias e nuances que tocam a vida com suavidade e, ao mesmo tempo, potência.
Sensações físicas e emocionais no pós-sessão
Nas primeiras horas após as sessões, percebia meu corpo mais leve, como se tivesse soltado um peso que eu nem sabia que carregava. A respiração fluía com mais naturalidade, os músculos pareciam ter sido massageados por dentro. E, curiosamente, havia um cansaço bom — aquele tipo de exaustão que surge quando a alma também solta o que estava presa há tempos.
Em alguns momentos, vinham lágrimas inesperadas, uma vontade de ficar quieta, mais introspectiva. Outras vezes, surgia uma alegria serena, como se algo tivesse sido desobstruído dentro de mim. O Reiki reorganizava as emoções sem que fosse preciso entender tudo. Era uma faxina energética, onde o corpo me dizia exatamente do que precisava.
O Reiki como reorganizador interno: da exaustão à clareza
Após algumas sessões, percebi uma mudança muito profunda no meu estado de presença. Antes, os dias pareciam atravessar meu corpo sem deixar rastro — sempre correndo, sempre reagindo. Depois do Reiki, notei que conseguia observar melhor o que estava acontecendo comigo antes de me deixar arrastar.
A energia que antes era consumida em tensões, insônia e ansiedade passou a se reorganizar em clareza, foco e leveza. Não era sobre “sentir mais energia para produzir”, mas sim sentir a energia como consciência viva, como uma bússola que me conectava à minha verdade interna.
Comecei a perceber quando algo me drenava, quando uma decisão me pesava ou quando o corpo reagia a ambientes, pessoas e escolhas. O Reiki não me deu respostas prontas, mas despertou a capacidade de ouvir — e isso, para mim, foi mais transformador do que qualquer solução mágica.
Pequenas mudanças que nasceram do fluxo energético
Nos dias seguintes a cada sessão, atitudes sutis foram se moldando quase sem esforço. Passei a respirar mais fundo antes de responder algo difícil. Incluí pausas conscientes na rotina — mesmo que fossem apenas dois minutos de olhos fechados e mão sobre o peito.
Também comecei a repensar hábitos: as conversas que mantinha, os espaços que frequentava, os alimentos que escolhia. Sem imposições, sem regras. Só escuta. E tudo que nascia dessa escuta era mais leve, mais coerente com quem eu sou e com quem estou me tornando.
Essa energia em movimento não era só minha — era a própria vida me guiando de volta para mim.
Quando Emoções se Revelam sem Precisar Falar
Uma das belezas mais sutis do Reiki é sua capacidade de acessar o que ainda não conseguimos nomear. Ao contrário de terapias que exigem fala ou análise racional, o Reiki atua num campo onde as emoções se apresentam em forma de calor, vibração, suspiros, arrepios — ou silêncio absoluto. E é justamente aí que mora a magia: quando o corpo e a energia falam sem ruído.
Liberações que surgem no não-dito
Em algumas sessões, fui surpreendida por lágrimas que brotaram do nada. Não vinham de pensamentos tristes ou lembranças específicas. Era como se o corpo dissesse: “agora posso soltar”. Medos antigos que estavam alojados nas costas, angústias que pesavam no estômago, ressentimentos esquecidos nos ombros… tudo começava a se movimentar sem que eu precisasse entender racionalmente.
Houve também momentos de riso espontâneo, suspiros profundos e uma estranha sensação de alívio — como se algo tivesse se desfeito por dentro, sem explicação. O Reiki criava espaço para emoções comprimidas respirarem, saírem e se dissolverem com gentileza.
A importância do acolhimento energético em tempos de sobrecarga emocional
Vivemos em um mundo onde somos constantemente pressionados a sermos produtivos, racionais, fortes. Muitas vezes, não nos sentimos autorizados a sentir — e menos ainda a expressar. O Reiki, por ser uma prática não invasiva, silenciosa e respeitosa, se torna um refúgio energético onde o sentir é permitido sem julgamento.
Não há perguntas, não há análises, não há pressa. O terapeuta está ali como canal, como presença amorosa, como testemunha silenciosa. E isso é profundamente curador. Porque em tempos de sobrecarga emocional, não é sempre o verbo que cura, mas o espaço interno que se abre quando alguém simplesmente está ali — presente, inteiro, atento.
Reiki: escuta do inconsciente por meio da energia
Durante o Reiki, muitas vezes temos sensações que não conseguimos explicar. Cores que surgem com os olhos fechados, imagens simbólicas, memórias esquecidas que se insinuam, arrepios em pontos específicos do corpo. Essas manifestações, longe de serem aleatórias, são formas sutis do inconsciente se comunicar.
O Reiki acessa o que está além da mente consciente. Ele permite que partes nossas que estavam silenciadas encontrem uma forma de emergir com segurança. Às vezes, esse processo acontece de forma suave, quase imperceptível. Outras vezes, parece um redemoinho que nos deixa com o coração aberto e a alma respirando.
Não é preciso entender tudo. Não é preciso verbalizar nada. O Reiki nos mostra que, muitas vezes, só o fato de permitir que a energia flua já é o suficiente para que a cura comece.
Reiki e Autoconhecimento: Encontrando o Centro
Mais do que uma prática de relaxamento ou bem-estar, o Reiki me levou a uma jornada de autoconhecimento profundo. Ele não apenas aliviou tensões e suavizou emoções, mas funcionou como um espelho vibracional, me mostrando padrões internos que estavam ali há anos, silenciosos e camuflados sob o peso do cotidiano.
Sentir antes de entender: o corpo como bússola emocional
Durante algumas sessões, percebi que certas partes do meu corpo “falavam” mais alto. Uma pressão no plexo solar, um frio no coração, um calor nas mãos. Sem que eu precisasse nomear, essas sensações me mostravam o que estava vibrando em desequilíbrio. Aos poucos, comecei a reconhecer:
- Quando minha mente acelerava, o chakra coronário se fechava.
- Quando eu me cobrava demais, meu centro abdominal contraía.
- Quando guardava tristeza, meu peito endurecia sem que eu notasse.
O Reiki me ensinou a ouvir meu corpo energético. Aprendi que, muitas vezes, a dor física é só a última camada de algo que começou com um pensamento, uma crença, um padrão emocional.
Chakras: portais de consciência e cura
Com a prática, fui entendendo, na pele, o que são os chakras. Eles deixaram de ser apenas conceitos teóricos e se tornaram portais reais de percepção interna. Algumas sessões trouxeram uma expansão tão intensa no chakra cardíaco que senti como se estivesse respirando com o peito inteiro pela primeira vez. Outras vezes, ao tocar o chakra raiz, vinham sensações de aterramento, segurança, presença.
Esses centros energéticos revelavam não apenas onde estava o desequilíbrio, mas também quais aspectos da minha vida estavam pedindo atenção, nutrição ou mudança.
Do toque sutil à reconexão com o sentido da vida
Com o tempo, o Reiki não foi mais apenas uma sessão em consultório — virou uma forma de olhar para a vida com mais presença, mais escuta, mais entrega. Comecei a perceber meus próprios ciclos, reconhecer minhas fases de expansão e recolhimento. E, acima de tudo, compreendi que me reconectar com minha energia era me reconectar com minha essência.
Essa prática despertou uma espiritualidade íntima e livre de dogmas. Um sentido de presença que não dependia de rituais externos, mas de uma escuta interna profunda. Passei a valorizar momentos de silêncio, pausas intuitivas, e a honrar meu ritmo — mesmo nos dias em que a mente tentava me cobrar produtividade.
Reiki como guia interior
Hoje, sei que o Reiki foi (e é) uma das portas mais sutis e potentes para o meu autoconhecimento. Ele me lembra que não preciso entender tudo com a mente. Que posso confiar no corpo, no campo, no sentir. Que posso ser presença antes de ser resposta.
E, acima de tudo, que meu centro não está fora — está aqui, pulsando em silêncio, esperando que eu me lembre de voltar para ele.
A Energia Que Permanece: Reiki no Dia a Dia
A experiência com o Reiki não termina quando a sessão acaba. Ela se prolonga nos dias seguintes, se manifesta em sutilezas e começa, aos poucos, a transformar o cotidiano em território de presença. O que antes era um momento reservado à maca do consultório, hoje se desdobra em gestos, escolhas e rituais que me ajudam a cultivar equilíbrio energético e emocional no fluxo da vida.
Reiki como estado de presença
Aprendi que Reiki não é apenas uma técnica — é uma qualidade de atenção, uma frequência que podemos habitar. A simples intenção de estar presente com gentileza já ressoa energeticamente. Caminhar com atenção aos pés tocando o chão, respirar fundo antes de responder uma mensagem, colocar a mão no coração por alguns segundos em meio ao dia… Tudo isso é Reiki em movimento.
Não se trata de “fazer Reiki”, mas de ser Reiki — tornar-se um canal consciente para a energia vital fluir, primeiro em si, depois no mundo.
Rituais simples de conexão e limpeza
Incorporei à rotina alguns rituais sutis, mas profundamente transformadores:
- Banhos energéticos ao final do dia com a intenção de limpar a carga emocional acumulada.
- Autoaplicação de Reiki nas mãos, coração ou plexo solar, antes de dormir, como forma de reconectar e aterrar.
- Respiração com visualização de luz branca percorrendo o corpo, limpando e restaurando cada espaço interno.
- Silêncio consciente ao acordar, por três minutos, apenas sentindo a respiração — como uma ancoragem para o dia.
Essas práticas não exigem ferramentas externas nem muito tempo. Elas pedem apenas presença e intenção verdadeira.
Sintonizando com o corpo e o ambiente
O Reiki também me ensinou a escutar não só meu corpo, mas o ambiente em que estou inserida. Comecei a perceber como certos espaços drenam energia, enquanto outros me nutrem. Como o estado emocional das pessoas ao meu redor me afeta — e como posso me proteger energeticamente com consciência, e não com fechamento.
Passei a usar símbolos mentais de proteção energética, a borrifar lavanda nos ambientes e a escolher com mais cuidado os lugares que frequento e as conversas que alimento. Tudo isso faz parte do autocuidado energético que o Reiki despertou em mim.
Quando o invisível se torna visível
É quase imperceptível no começo, mas depois se torna claro: o Reiki muda a forma como nos relacionamos com o invisível. Aquilo que antes passava despercebido — uma intuição, um calafrio, um arrepio bom, uma sensação de leveza ao entrar num espaço — passa a ser reconhecido como parte da comunicação energética da vida.
E com isso, a relação com o corpo também muda. Ele deixa de ser apenas físico e passa a ser campo sensível, bússola espiritual, aliado de cura.
A Jornada com o Reiki Continua: Formação e Curiosidade
A primeira sessão de Reiki plantou uma semente. O que no início parecia apenas um encontro pontual com uma técnica de relaxamento se revelou como o início de um caminho vivo, profundo e em constante expansão. Após algumas vivências, surgiu naturalmente o desejo de ir além da experiência como receptora. A curiosidade virou vocação, e a vontade de entender mais sobre essa energia silenciosa foi me conduzindo a algo maior: o chamado para me formar e vivenciar o Reiki de dentro para fora.
O chamado para a iniciação
A decisão de participar de um curso de Reiki não partiu de um impulso racional. Foi quase como um chamado sutil, que crescia a cada sessão, a cada silêncio profundo, a cada sensação inexplicável. Eu queria entender, mas mais que isso: eu queria sentir ainda mais intensamente. A iniciação em Reiki (nível 1) foi como abrir uma nova janela dentro de mim mesma. Uma abertura energética que não me tornava “dona da técnica”, mas guardião de um canal de amor universal.
Durante o processo formativo, percebi que aprender Reiki não é memorizar símbolos ou decorar posições de mãos. É abrir-se ao invisível, confiar na sabedoria que não precisa de explicação, e cultivar uma relação de humildade com a energia vital que permeia tudo.
Reiki como caminho de expansão, não apenas tratamento
Receber Reiki é transformador. Mas aplicar Reiki em si mesma, em outras pessoas, em animais, plantas, situações e até pensamentos é um ato profundo de serviço, presença e entrega. A prática passou a fazer parte da minha rotina não apenas como técnica, mas como filosofia: um convite diário para viver com mais presença, harmonia e escuta amorosa.
Reiki me ensinou a observar meus estados emocionais com mais gentileza, a respeitar meus ritmos, a silenciar sem pressa e a confiar no fluxo da vida mesmo quando a mente queria controlar. Em muitos momentos difíceis, aplicar Reiki em mim mesma foi como um abraço energético, um reencontro com algo maior do que eu, mas que também me habita.
O respeito pelo mistério e a sabedoria do invisível
Ao longo dessa jornada, percebi que Reiki não exige crença cega, mas disposição para estar presente no mistério. Nem tudo pode ou precisa ser explicado. Às vezes, um calor inexplicável nas mãos, uma lágrima que escapa, um pensamento que se organiza sozinho, são sinais sutis de que algo se move no campo da energia — e isso basta.
Reiki é uma arte suave, silenciosa e sagrada. Ele nos ensina que existem curas que não passam pela palavra, mas pela frequência. Que nem todo cuidado precisa ser visível para ser real. E que a verdadeira transformação, muitas vezes, acontece nas entrelinhas do sentir.
Considerações Finais: A Cura Começa Quando se Permite Sentir
Encerrar essa vivência com o Reiki é, na verdade, dar continuidade a um caminho que não termina — porque a cura verdadeira não é um destino, é uma forma de se relacionar com a vida. E foi exatamente isso que o Reiki me ensinou: a deixar de buscar respostas prontas para, enfim, permitir-me sentir.
Permitir-se sentir é se abrir para aquilo que pulsa silenciosamente por trás da correria cotidiana. É escutar o corpo sem pressa, acolher as emoções sem julgamento, e reconhecer que a energia que cura já habita em nós — apenas precisa de espaço para fluir.
O reencontro com a essência
Reiki não é apenas uma técnica, é um reencontro. Um lembrete de que somos mais do que dores, histórias ou tensões. Somos também campo energético, vibração, intuição, força suave. A cada sessão, fui me reaproximando de algo essencial — um estado de presença que não exige esforço, apenas entrega.
Nesse reencontro com minha essência, compreendi que a verdadeira cura não é apagar feridas, mas aprender a caminhar com elas de forma mais leve, mais amorosa, mais consciente.
Confiar no invisível, sentir o que é real
Vivemos em um mundo que valoriza o que se mede, o que se explica, o que se vê. Mas há uma sabedoria ancestral em confiar no invisível — na energia que pulsa entre as mãos, no calor que surge sem motivo, nas emoções que se dissolvem com o silêncio.
Confiar no Reiki é como mergulhar num rio sereno: você não precisa entender a origem da água para se banhar nela. Basta estar presente, respirar fundo e deixar que ela percorra o que precisa ser tocado.
Um convite ao leitor
Se você está lendo estas palavras e sentiu algo se mover dentro de você, talvez já esteja ouvindo o chamado. O Reiki não exige fé, exige apenas curiosidade, presença e um coração aberto. Ele não promete respostas mágicas, mas oferece um espaço seguro para que você se reconecte com a sua própria verdade.
Permita-se experimentar. Permita-se sentir. Porque, no fim, a cura começa no instante em que deixamos de resistir e começamos a acolher — com o corpo, com a alma e com o coração inteiro.